No post de hoje, eu trago a resenha do livro Eu, Miep, escondi a família de Anne Frank.
A obra foi lançada recentemente pela Editora Vestígio e já havia sido publicado anteriormente no Brasil pela editora Gutenberg com o título Recordando Anne Frank.
Desde muito cedo Miep presenciou os horrores de uma guerra. Quando estava com cinco anos de idade teve início a Primeira Guerra Mundial e assim como outros países, a Áustria passou por grandes dificuldades.
Devido a escassez de alimentos, Miep ficou com sérios problemas causados pela desnutrição.
No entanto, graças a um programa criado por trabalhadores estrangeiros, ela e várias outras crianças de Viena foram enviadas à Holanda para serem cuidadas e alimentadas.
Assim, aos 11 anos de idade, Miep passou a morar com a família adotiva em Amsterdã. O tempo passou e aos 24 anos de idade a jovem conseguiu um emprego na empresa de Otto Frank.
A amizade entre Miep e a família Frank foi crescendo e ela passou a frequentar algumas reuniões na residência do casal.
Nesse período ela conheceu Anne Frank, uma criança muito esperta, com olhos atentos e curiosos.
É importante ressaltar que nessa mesma época Miep se reencontrou com o jovem Henk Gies, um antigo colega de trabalho e ambos iniciaram um relacionamento. Eles se casaram em 1941.
Quando a perseguição de Hitler aos judeus começa a se intensificar, Otto Frank cria um plano para proteger a sua família e vai precisar da ajuda de seus amigos para se manter a salvo.
Saiba mais: #AnneFrank Vidas Paralelas: documentário
Quem já leu O Diário de Anne Frank conheceu como era a convivência entre todos que dividiam o esconderijo.
A família Frank, a família Van Dan e o Sr. Dussel permaneceram escondidos no Anexo Secreto que ficava nos fundos da empresa de Otto Frank, até serem traídos e descobertos pelos nazistas.
No entanto, no livro Eu, Miep, escondi a família de Anne Frank, o leitor tem o relato dos fatos através da perspectiva de quem estava fora do anexo e sabia de todos os pormenores que estavam ocorrendo no país naquele momento.
Desse modo, Miep procurava se informar dos acontecimentos políticos, até mesmo para transmitir as notícias para os amigos que estavam escondidos.
Sempre que podia, ela ficava atenta ao noticiário da BBC e da rádio Orange para se atualizar com a últimas notícias.
Desse modo, um fato que chamou a minha atenção, foram as mentiras e notícias falsas que eram criadas para incitar a violência contra os judeus.
Os nazistas chegaram a noticiar em um jornal holandês que um grupo de judeus com dentes afiados rasgaram o pescoço de soldados nazistas e sugaram seu sangue, como vampiros.
Leia mais: Os garotos dinamarqueses que desafiaram Hitler
Enquanto a família Frank esteve no esconderijo, Miep e seu marido Henk Gies, ajudou os amigos de todas as formas possíveis: levando alimentos, livros, e, especialmente, sua presença e apoio.
Certa vez, após a insistência de todos, Miep decide dormir no Anexo com os amigos e revela essa experiência.
“O silêncio do lugar era opressivo. O medo daquelas pessoas trancafiadas ali era tão pesado que eu podia senti-lo me esmagando. O terror era palpável, tenso como um fio bem esticado. Era tão horrível que em nenhum momento eu consegui fechar os olhos. Agora eu sabia como os judeus se sentiam.” (pág. 112)
Assim que entrava no Anexo, todos estavam ansioso por notícias sobre a Guerra, sobre o que estava acontecendo aos judeus lá fora.
Mesmo depois que o esconderijo foi denunciado e todos foram levados pelos nazistas, Miep continuou cuidando de tudo e encontrou uma forma de manter a empresa do Sr Frank funcionando.
Além disso, ela foi a responsável por guardar todos os escritos de Anne Frank, e que mais tarde se tornaria “O Diário de Anne Frank”, um livro aclamado no mundo todo.
“Parece que a Miep está sempre pensando em nós…” Anne Frank
Miep Gies revela neste livro todas as lembranças que sua memória foi capaz de registrar daquela época tão difícil.
Através dos seus relatos passamos a conhecer detalhes do seu dia a dia, como fazia para ajudar a família Frank, manter o trabalho, além de ajudar outros judeus que também estavam em grande risco.
Miep, Henk e tantos outros que arriscaram sua vida para ajudar pessoas que, muitas das vezes nem conhecia, merecem sim, ser chamados de herois. São pessoas que renovam a nossa fé na humanidade.
Dessa forma, durante a Segunda Guerra, muitos judeus foram salvos graças a bondade e coragem de pessoas como Miep e Henk Gies. Miep viveu mais de 100 anos e recebeu inúmeros prêmios graças a sua coragem.
Leia a Resenha de O Diário de Anne Frank
Em suma, Eu, Miep, escondi a família de Anne Frank está divido em três partes: Refugiados, No esconderijo e Os dias mais sombrios.
Esta edição traz também diversas fotografias de Miep, Henk, da família Frank e demais pessoas que estão presentes nestes relatos, além de alguns documentos citados no livro.
Gostou da resenha do livro Eu, Miep, escondi a família de Anne Frank e quer ler também? Compre o seu exemplar através do meu link de afiliada na Amazon e me ajude a continuar produzindo conteúdo por aqui.
ISBN-10: 8554126734
Autoras: Miep Gies e Alison Leslie Gold
Tradução: Íris Figueiredo
Ano: 2020
Páginas: 256
Editora: Vestígio
Skoob: adicione
*Livro cedido em parceria com a Editora
Sinopse: Publicado anteriormente no Brasil pela editora Gutenberg com o título Recordando Anne Frank
Para os milhões de leitores apaixonados pelo livro O Diário de Anne Frank, aqui está a surpreendente história de Miep Gies. Por mais de dois anos, Miep e seu marido ajudaram a esconder judeus dos nazistas. Como milhares de heróis desconhecidos do Holocausto, eles arriscaram suas vidas todos os dias para levar comida, notícias e apoio emocional às vítimas.Neste livro, Miep Gies relembra seus dias com honestidade e sensível clareza. Ela narra desde sua infância sofrida como refugiada da Primeira Guerra Mundial até o momento em que coloca o pequeno diário xadrez de Anne Frank nas mãos de seu pai, Otto Frank. O diário ficou guardado com Miep por muitos anos, e graças a ela, ele pode ser publicado.
Eu, Miep, escondi a família de Anne Frank é uma história fascinante e verdadeira, onde cada página nos toca com coragem e dolorosa delicadeza.
Já preciso ler! Caramba, que intenso! Parabéns pela resenha!
Obrigada! Se vc gosta desse tema, é bom ler mesmo. 🙂 ♥
Fiquei arrepiada só de ler a sua resenha! Imagina lendo o livro! Parabéns pelo texto!
Obrigada! É bem tenso mesmo. Tem trechos bem pesados que não tem como não sentir empatia por essas pessoas. ♥
Eu sempre tive curiosidade sobre esse livro, vou lê-lo logo logo. O diário de Anne Frank sempre foi meu livro preferido de todos que já li.
Muito interessante conhecer essa história de uma outra perspectiva. Tb gostei muito do diário de Anne Frank.❤