O Predecessor é um livro que aborda vários temas importantes como religiosidade, homossexualidade, inteligência artificial, relações familiares e política.
A resenha de hoje é do conto “O Predecessor: Saudações do anticristo” recebido em parceria com a Ler Editorial.
William é um jovem ateu que está sempre desafiando seu professor de Teologia. Após um sonho bastante estranho, ele sofre um acidente de bicicleta e logo depois tem um encontro com um sujeito esquisito no banheiro da faculdade.
Dessa forma, o homem começa a questionar o jovem sobre o sonho que ele teve e também consegue ler seus pensamentos. Revela a William que ele se tornará o Predecessor de Aquários, um hipócrita, o maior deles.
Após aquele primeiro encontro com o “demônio”, ele ainda é visitado algumas vezes e por fim, faz “o pacto”.
“Naquele instante, entendi o que ele queria dizer. Não, ele não apenas lia meus pensamentos. Podia coloca-los em mim. Então, eu pude adora-lo e não precisavas nenhuma prova sobrenatural.
– Como vai ser a minha vida a partir de agora? – perguntei, enfim.
– Como você quiser.”
Finalmente, William seguiu sua vida. Iniciou um namoro com Joanne, se formou na faculdade, alguns anos depois se casaram e tiveram um filho.
Tudo transcorria bem até que um dia William recebe um convite para um almoço de negócios com o Sr. Ernesto Ambrósio.
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O convite seria para dirigir um projeto: a criação de um robô com inteligência artificial capaz de ganhar um Oscar de melhor roteiro original.
Diante disso, toda a vida e estrutura familiar de William começa a mudar. Agora ele vive para este projeto, deixou a família de lado, começou a se relacionar com outra pessoa e por fim, se separou de Joanne.
Durante todo o livro o narrador apresenta parábolas e vários trechos das Sagradas Escrituras seguidas de questionamentos e desconstruções sobre eles.
Nos capítulos finais do livro, o autor traz alguns fatos que poderiam ser facilmente confundidos com a nossa realidade.
“Era uma época de retrocesso político. Os conservadores ascendiam ao poder e, embora não fossem maioria no parlamento, o presidente eleito havia se erguido a partir deles. Seu único problema foi aderir à solução a consciência artificial para ganhar popularidade entre os eleitores, devido aos escândalos do governo anterior, conhecidos como o período da falsa estatística. A ideia era usar aplicativos como Ariel para a produção de dados oficiais.”
No entanto, achei que o autor foi superficial na abordagem dos temas. Creio que se tivesse focado em um ou dois temas de forma mais aprofundada, a trama teria ficado menos confusa.
Enfim, gostei de conhecer mais esta obra de um autor nacional. Se você se interessa por algum desses temas citados, irá gostar da leitura. Além do que, vale pela crítica escancarada à política atual do Brasil.
“Eu venci as eleições, tendo comparecido a apenas um debate.”
Sobre o autor:
Autor de “O diretor espiritual”, “Sasha, o fenômeno” e “A melodia das almas”, A. A. Ganassim participou de diversas antologias antes de publicar sua primeira obra independente. Não se cansa de contar histórias, por mais indiferentes que sejam as pessoas, pois acredita que um dia elas precisarão de um pouco de fantasia.
ISBN-13: 9788568925850
Ano: 2019
Páginas: 106
Editora: Ler Editorial
Skoob: adicione
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Sinopse: Quer ouvir uma parábola? Esteja preparado para rever seu ponto de vista sobre as escrituras, com Willian, um jovem diferente, capaz de subverter as crenças de seus colegas na faculdade católica onde estudava. Já era de se esperar que o próprio demônio tivesse interesse nele, que guardava uma chave para o futuro em sua ascensão ao poder.
Gente, hahaha, é uma crítica bem nítida ao nosso cenário político mesmo! Infelizmente, a realidade está inspirando a ficção como nunca! Fora isso, parece abordar temas bem importantes; dentre os que vc citou, eu gosto muito das relações familiares, se o autor soube trabalhá-lo bem, acho que vou gostar❤️
Acho que por não ter o hábito de ler fantasia, no início, a história não conseguiu me prender muito n. Mas quando percebi essa crítica à nossa política atual, achei muito bom. 🙂 🙂 🙂 ♥
Ah, é normal a gente derrapar mais nos estilos que não temos o hábito de ler né?… eu sou assim com contos, embora esteja tentando melhorar nisso hahaha