A resenha de hoje é do livro Essa Terra, de Antônio Torres. Ele traz a história dos habitantes do Junco, um pequeno distrito localizado no interior da Bahia, hoje, conhecida como Sátiro Dias e o impacto causado pela cidade grande sobre o migrante nordestino.
Nesse sentido, o livro revela as mazelas e desilusões de uma família. Ao ver Nelo, o filho mais velho de doze irmãos, migrar para São Paulo em busca de uma vida melhor.
Nele é depositada toda a esperança. De lá, Nelo envia dinheiro para a mãe e todos acreditam que ele tenha ficado rico. No entanto, na cidade grande, Nelo perdeu a mulher e os filhos para Zé do Pistom e protagoniza um dos capítulos mais dramáticos do livro.
Vinte anos depois de ter saído do Junco, sozinho e sem dinheiro, Nelo volta para a o sertão. Não resiste ao fracasso pessoal e acaba tirando a própria vida. De certa forma, dando fim ao sonho de todas aquelas pessoas que anseiam em um dia partir daquele lugar.
Totonhim, o irmão mais novo é quem narra a maior parte da história. Mediante lembranças e relatos iremos conhecer os habitantes do Junco e o sofrimento causado pela migração e suas consequências na vida do ser humano.
É possível afirmar que Essa Terra é uma obra de caráter autobiográfico. Visto que, Antônio Torres viveu uma trajetória semelhante a do personagem Nelo, migrando para São Paulo aos vinte anos de idade.
Nesse livro, Antônio Torres aborda aspectos culturais, políticos, econômicos e sociais que nos remetem a história das pequenas cidades do sertão brasileiro, as quais estão abandonadas pelos governantes sem nenhuma estrutura, sem apoio, sem esperança.
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E, diante de tanta escassez acompanhamos a triste situação do pai. Ele pega dinheiro emprestado em uma instituição financeira e quando termina o prazo para pagar, se ver obrigado a entregar a valor irrisório sua propriedade a qualquer um, para que não seja “tomada” pelo banco.
A obra Essa Terra está dividida em quatro partes: Essa Terra me chama, Essa Terra me enxota, Essa Terra me enlouquece e Essa Terra me ama.
Utilizando uma linguagem simples, Antônio Torres cria um romance que irá tocar o leitor, ao abordar o drama do nordestino que precisa sair de sua terra em busca de condições de sobrevivência.
Eu me identifiquei muito com esse livro, pois também sou do interior da Bahia e me lembro de ter presenciado, mesmo que ainda muito pequena, várias pessoas do meu círculo familiar e conhecidos, ter que viajar para São Paulo de duas a três vezes ao ano para poder sustentar a família.
Além disso, várias passagens do livro me traz à lembrança, histórias que familiares e conhecidos relatam ter presenciado.
Por exemplo, o fato da iluminação pública que era desligada às vinte e duas horas, sobre o vendedor de remédios (não era farmacêutico) que dava diagnósticos e medicava a todos.
Essa Terra é uma obra que merece todo o reconhecimento. Gostou da resenha de Essa Terra, de Antônio Torres? Adquira o seu exemplar através deste link!
ISBN: 978-85-7799-104-4
Ano: 2013
Editora: Best Bolso
Páginas: 154
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Sinopse: Original, em 1976, Essa terra é um dos romances mais marcantes da literatura brasileira contemporânea. Retrata o impacto da cidade grande sobre o retirante, o imigrante nordestino. O próprio autor, nascido na pequena cidade de Junco, interior da Bahia, percorreu os mesmos caminhos dos seus personagens, deixando o Nordeste para procurar a sorte nas metrópoles do Sudeste. E a encontrou. Essa terra é também sucesso no exterior, com traduções na França, Alemanha, Itália, Holanda, Inglaterra, Estados Unidos, Israel e Cuba. Por todo esse tempo, Essa terra manteve intactos seu vigor e frescor iniciais, conquistando lugar de destaque na cultura brasileira. “Essa terra é o romance que consagrou Antônio Torres como um dos mais lidos e queridos escritores brasileiros contemporâneos.” Italo Moriconi, trecho do prefácio “Torres, como Graciliano, optou pelo mais honesto: escrever sobre o seu Nordeste. E assim como Graciliano identificava as personagens de Vidas secas mostrando que saíram de sua família, Essa terra tem no lastro biográfico a sua força original.” Affonso Romano de Sant’Anna, Veja “Admiro muito a ironia, o calor e o estilo de Essa terra, que tão brilhantemente descreve pessoas cujo destino é mudar de lugar.”