Resenha: Por Que Crianças Matam – Gitta Sereny

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A resenha de hoje é sobre o livro Por Que Crianças Matam – a história real de Mary Bell.

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Ele narra a trajetória de Mary Bell, uma menina de 11 anos, julgada e condenada à prisão perpétua, pela morte de dois garotinhos na cidade em Newcastle Upon Tyne, Inglaterra.

Mary Bell e Norma Bell (as duas não são irmãs) foram presas acusadas pelas mortes dos meninos de 3 e 4 anos de idade, no entanto, apenas Mary foi condenada. 

Depois disso, Mary passou por diversas prisões, as quais não estavam preparadas para receber um criança assassina e com a mente tão perturbada.

Contudo, um fato questionado pela autora foi acerca do julgamento de Mary. Por ter ocorrido em um tribunal para adultos e sobre a atuação inadequada de alguns componentes do juri. 

O caso de Mary Bell foi amplamente divulgado pela mídia sensacionalista que transformou aquela garotinha de 11 anos em um ser demoníaco.

Desse modo, passados 27 anos do julgamento, Mary aceita falar com Gitta sobre o seu caso.

Ela revela informações importantes sobre a conturbada relação com a mãe e detalha sua estadia em todas as instituições onde esteve presa.

Logo, é interessante ressaltar que a prisão perpétua de Mary não era um regime fechado por toda sua vida.

Ela passaria por inúmeras avaliações ao longo dos anos e, periodicamente, por um Comitê de Revisão.

Esse Comitê iria avaliar se Mary estaria apta a viver em sociedade, e dessa forma ganhar a “liberdade”. Entre aspas, pois Mary seria acompanhada por uma agente de condicional por tempo indeterminado.

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Além disso, a vida fora da prisão não seria fácil, a dificuldade de encontrar um trabalho que ela estivesse liberada a exercer, se esconder da mídia, do julgamento das pessoas e até mesmo de familiares.

“Não tenho como dizer o quanto eu te apoio em seus esforços para que esse livro cause mudanças no sistema, tanto em relação à maneira como crianças que cometem crimes devem ser julgadas quanto a como lidar com elas posteriormente.” (p. 227)

Por Que crianças Matam é um livro que desperta sensações dolorosas. Os relatos dos abusos sexuais sofridos por Mary Bell são chocantes e terríveis.

Mas em nenhum momento ela se utiliza deles para justificar os seus crimes e nem se isentar da sua culpa.

Depois de muitos anos em negação, Mary agora sabe que cometeu crimes abomináveis e sua culpa e o peso na consciência só fizeram aumentar após o nascimento da filha. 

Este não foi o primeiro livro da autora sobre Mary Bell, ela já havia escrito um livro sobre crianças assassinas intitulado The Case Of Mary Bell, no qual ela se baseou para escrever Por Que crianças Matam.

Gitta Sereny afirma ter escrito o livro em busca de respostas e alerta a todos para ficarem atentos e aprenderem a detectar a angústia e os pedidos de socorro de uma criança que esteja sofrendo algum tipo de abuso.

“(…) como crianças poderiam chegar a esse ponto de perturbação sem que isso fosse notado por alguém em suas famílias ou por aqueles que eram responsáveis por elas. ” (p. 94)

Enfim, este livro traz um relato bastante triste de uma mulher acometida pela culpa. Mas também, nos leva a refletir o quanto os abusos sofridos por uma criança podem desencadear transtornos irreversíveis, levando-as a cometer graves delitos.

Gostou da resenha de Por que crianças matam? É uma leitura bastante reflexiva e eu recomendo!

Resenha: Por Que Crianças Matam - Gitta Sereny

ISBN-13: 9788554126223
Ano: 2019
Páginas: 400
Tradução: Erick Ramalho
Editora: Vestígio
Skoob: adicione
Compre: Amazon 

*Livro cedido pela editora

Sinopse: Em 1968, Mary Bell, de 11 anos, foi julgada e condenada pelo assassinato de dois garotinhos em Newcastle upon Tyne, Inglaterra. Antes mesmo de ir ao tribunal, Mary Bell foi apresentada como a encarnação do mal, a “semente ruim”. Mas a jornalista Gitta Sereny, que cobriu o julgamento sensacionalista, nunca aceitou essa explicação. Ao longo dos anos, Sereny se deu conta de que, se quisermos entender as pressões que levam crianças a cometer crimes hediondos, precisamos voltar nosso olhar para os adultos que elas se tornaram.

Passados 27 anos de sua condenação, Mary Bell concordou em falar com Sereny sobre a sua infância angustiante, os dois terríveis atos cometidos no intervalo de nove semanas, o seu julgamento público e os doze anos de detenção. Em Por que crianças matam, Bell e Sereny discutem o que ela fez e o que foi feito a ela, bem como a criança que era e a pessoa que se tornou.

Nada do que Mary Bell disse nos cinco meses de conversas intensas serve como desculpa para seus crimes: ela mesma rejeita qualquer atenuação nesse sentido. Mas sua história devastadora nos força a pensar na responsabilidade da sociedade sobre crianças que são levadas ao limite.

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