Resenha: O Enfermeiro – Machado de Assis

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No post de hoje eu trouxe a resenha do conto O Enfermeiro, de Machado de Assis.

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Esta é a história de Procópio, um homem de quarenta e dois anos que trabalha como copista de estudos teológicos e recebe a proposta de um padre do interior para trabalhar como enfermeiro do Coronel Felisberto, um senhor idoso e muito rico.

Desse modo, ao chegar no local ele conhece a fama do seu futuro paciente, todos afirmavam que era um homem exigente e insuportável e que nenhum enfermeiro conseguiu ficar lá por muito tempo.

Mesmo diante desses relatos, Procópio seguiu para a casa do Coronel.

Então, chegando lá, não foi mal recebido, o próprio chegou a declarar ao padre que ele era o mais simpático dos enfermeiros que já tivera. Porém, essa calmaria durou apenas sete dias.

A partir daí, tudo se transformou: começaram as injúrias, os xingamentos, as humilhações. Por várias vezes ele ameaçou ir embora, chegou até a pedir demissão, entretanto Felisberto lhe pediu desculpas que não levasse em conta rabugice de velho. Ele, então, decidiu ficar.

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Com o passar do tempo o estado de saúde do velho piora. A convivência com o Coronel se tornava cada dia mais insuportável, não sabendo ao certo se pelas doenças que o acometiam ou se pela maldade mesmo.

“Na noite de vinte e quatro de agosto, o coronel teve um acesso de raiva, atropelou-me, disse-me muito nome cru, ameaçou-me de um tiro, e acabou atirando-me um prato de mingau, que achou frio, o prato foi cair na parede onde se fez em pedaços.”

Por fim, nessa mesma noite, após um segundo ataque do velho, Procópio não aguenta as agressões físicas e parte para cima de Felisberto esganando-o.

“Quando percebi que o doente expirava, recuei aterrado, e dei um grito; mas ninguém me ouviu. Voltei à cama, agitei-o para chamá-lo à vida, era tarde; arrebentara o aneurisma, e o coronel morreu.”

O enfermeiro tenta disfarçar os hematomas no pescoço do defunto, abotoando alto a camisa e colocando o lençol bem perto do queixo.

Diante disso, Procópio começa a se desesperar mediante o terrível ato cometido por ele e constrói justificativas em sua mente que possam amenizar o peso da sua consciência e livrá-lo do sentimento de culpa.

Ocorre então um fato irônico, o Coronel Felisberto deixa em testamento toda a sua fortuna para Procópio.

Esse acontecimento só faz aumentar o conflito interior do enfermeiro.

O enfermeiro, Machado de Assis

E assim, quando as pessoas vinham elogiá-lo pela paciência que tinha com o velho, Procópio travava de enaltecê-lo publicamente.

O Enfermeiro, de Machado de Assis narrado em primeira pessoa por um narrador personagem, Procópio, que estando à beira da morte só permite que este relato seja revelado após a sua morte.

Nesse conto, Machado de Assis demonstra todo o seu ceticismo diante da sociedade e do ser humano. Ele retrata o homem como um ser egoísta, ingrato e oportunista.

Além disso, traz à tona vários questionamentos: Qual o real motivo de Procópio se sujeitar a tantos maus tratos por tanto tempo? Felisberto era realmente mal?

Que motivo o teria levado a deixar a herança toda para Procópio?

Na noite em que ocorrera a morte, o que realmente aconteceu na casa, o que fez Procópio para que o Coronel o atacasse daquela forma?

No decorrer do conto, é possível perceber como o ser humano não é totalmente bom nem mal.

O coronel que no início era visto como mal, no final é tratado como vítima, já Procópio que todos elogiavam sua benevolência foi capaz de cometer um “assassinato”.

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