Resenha: Incidente em Antares – Erico Veríssimo

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No post de hoje temos uma resenha do livro Incidente em Antares.

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Uma obra do autor Erico Veríssimo que aborda aspectos políticos, econômicos e sociais do Brasil. A narrativa está dividida em duas partes, nas quais, ocorre a junção de fatos reais e irreais.

Antares, cidade fictícia, situada à margem esquerda do Rio Uruguai será o palco para todos esses acontecimentos.

“Tão insólitos, lúridos e tétricos – estes adjetivos foram catados nos artigos alusivos aquele dia aziago, escrito pelo jornalista Lucas Faia para o seu diário A Verdade, porém, jamais publicada, por motivos que oportunamente serão revelados – tão fantásticos foram esses acontecimentos…” (p.02)

A princípio, a primeira parte da obra, intitulada Antares há uma retomada histórica acerca do lugarejo, de sua elevação a vila e da sua emancipação.

Inicialmente, conhecida como Povinho da caveira, Antares tinha como autoridade máxima Chico Vacariano.

Este viu seu posto ameaçado com a chegada do criador de gado Anacleto Campolargo. 

Desse modo, logo que chegou procurou disputar com Chico Vacariano o domínio daquelas terras.

Surge, então, uma rivalidade entre os dois clãs: Vacarianos x Capolargos, com lutas e diversas mortes que duram várias décadas.

De conotação política: o autor enfatiza no seu livro incidente em Antares, um panorama sócio-político brasileiro, através da mistura entre ficção e história.

Sendo que, além dos outros políticos que aparecem no contexto, sobressai o papel de Getúlio Vargas na política nacional brasileira, assim como, a sua luta pelo nacionalismo, em meio às corrupções presentes no estado.

A segunda parte da narrativa, O Incidente, inicia-se com uma greve geral comandada por Geminiano Ramos que paralisa todas as atividades em Antares, exigindo aumento de salário.

Contudo, nesse mesmo dia ocorre a morte de Quitéria Campolargo e mais seis pessoas.

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“Agora, estendida no seu esquife D. Quitéria está de olhos abertos e parece contemplar um pedaço do firmamento da madruga.” (p.230)

Após os seus respectivos velórios, os defuntos são levados ao cemitério, porém ao chegarem próximo de lá, os operários juntamente com os coveiros, impedem o sepultamento dos sete defuntos.

As pessoas são obrigadas a voltar pra casa e deixar os caixões insepultos sob a custódia dos grevistas.

É aí então que acontece algo fantástico: os defuntos levantam de seus caixões e após se apresentarem, começam a arquitetar um plano para exigir que fossem sepultados dignamente.

Se eles não fossem sepultados dentro do prazo máximo de vinte e quatro horas, ficariam apodrecendo no coreto da cidade.

Portanto, foi possível perceber que o autor, fazendo uso do contexto sócio-histórico-político da época, utilizou a volta dos mortos para denunciar as desigualdades sociais, as relações de poder e o silenciamento imposto durante a ditadura.

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Resenha: Incidente em Antares - Erico Veríssimo

ISBN: 85-250-0590-8
Editora: Globo
Ano: 1994
Páginas:485
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Sinopse: Em dezembro de 1963, uma sexta-feira 13, a matriarca Quitéria Campolargo arregala os olhos em sua tumba, imaginando estar frente a frente com o Criador. Mas logo descobre que está do lado de fora do cemitério da cidade de Antares, junto com outros seis cadáveres, mortos-vivos como ela, todos insepultos. Uma greve geral na cidade, à qual até os coveiros aderiram, impede o enterro dos mortos. Que fazer? Os distintos defuntos, já em putrefação, resolvem reivindicar o direito de serem enterrados – do contrário, ameaçam assombrar a cidade. Seguem pelas ruas e casas, descobrindo vilanias e denunciando mazelas. O mau cheiro exalado por seus corpos espelha a podridão moral que ronda a cidade. Em Incidente em Antares, Erico Verissimo faz uma sátira política contundente e hilariante que, mesmo lançada em 1971, em plena ditadura militar, não teve receio de abordar temas como tortura, corrupção e mandonismo. “Desta vez abri a veia da sátira e deixei seu sangue escorrer livre e abundantemente.” – Erico Verissimo

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